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Mostrando postagens de 2015

O Amor, Meu Amor (Mia Couto)

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Nosso amor é impuro como impura é a luz e a água e tudo quanto nasce e vive além do tempo. Minhas pernas são água, as tuas são luz e dão a volta ao universo quando se enlaçam até se tornarem deserto e escuro. E eu sofro de te abraçar depois de te abraçar para não sofrer. E toco-te para deixares de ter corpo e o meu corpo nasce quando se extingue no teu. E respiro em ti para me sufocar e espreito em tua claridade para me cegar, meu Sol vertido em Lua, minha noite alvorecida. Tu me bebes e eu me converto na tua sede. Meus lábios mordem, meus dentes beijam, minha pele te veste e ficas ainda mais despida. Pudesse eu ser tu E em tua saudade ser a minha própria espera. Mas eu deito-me em teu leito Quando apenas queria dormir em ti. E sonho-te Quando ansiava ser um sonho teu. E levito, voo de semente, para em mim mesmo te plantar menos que flor: simples perfume, lembrança de pétala se

Amor: Uma crônica de Carlos Drummond de Andrade

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Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Algo do céu te mandou um presente divino : O AMOR. Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro. Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofriment

Saudade (Gilka Machado)

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De quem é esta saudade que meus silêncios invade, que de tão longe me vem? De quem é esta saudade, de quem? Aquelas mãos só carícias, Aqueles olhos de apelo, aqueles lábios-desejo... E estes dedos engelhados, e este olhar de vã procura, e esta boca sem um beijo... De quem é esta saudade que sinto quando me vejo

Ver-te é como ter à minha frente todo o tempo (Ruy Belo)

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Ver-te é como ter á minha frente todo o tempo é tudo serem para mim estradas largas  estradas onde passa o sol poente  é o tempo parar e eu próprio duvidar mas sem pensar  se o tempo existe se existiu alguma vez  e nem mesmo meço a devastação do meu passado

Longe de ti (Larissa Rocha)

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Talvez tu precises de mim E talvez eu fizesse bem pra tua vida Quem sabe, seria só tua minha boca carmesim, E eu seria a única pra curar tua ferida.                                                                               Me dói o coração estar longe de ti E logo de ti, que eu amo tanto… Queria que soubestes o carinho que sempre senti, Estou muito longe, entretanto. Há muito tempo sofro, meu amor, Depois de tantos anos ainda não te encontrei Mas ainda te amo com o mesmo fervor E é por esse amor antigo que não posso abandonar De ti, mesmo longe, eu sempre cuidei Longe de ti…e nascida pra te amar. Mais poemas meus  clique aqui

Desconcerto (Larissa Rocha)

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Tua ausência me desconcerta, de tal jeito Que não sei se cabe mais vazio em mim, Ando perdida, quase enlouquecida Temendo que este seja o nosso fim.                                         Busco-te incessantemente, de um jeito insano Mas o silêncio vem de todos os lados... Mais um minuto sem ti e aqui estou Pagando por todos os meus pecados Já pensei em todas as formar de lidar Com essa dor, que é saudade infinda Mas essa agonia, só tua presença alivia... Só o timbre confortante da tua voz linda A saudade castiga como nunca fez antes Neste momento, o silêncio grita E tua falta, já me tirou quase tudo... Só uma folha em branco espera pra ser escrita. Mais poemas meus  aqui

Eu queria tanto (Paulo Leminski)

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eu queria tanto ser um poeta maldito  a massa sofrendo enquanto eu profundo medito  eu queria tanto  ser um poeta social  rosto queimado  pelo hálito das multidões  em vez  olha eu aqui  pondo sal  nesta sopa rala  que mal vai dar para dois

Versos do dia

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Poema: Fui um doudo em sonhar tantos amores Autor: Álvares de Azevedo 

Amor bastante (Paulo Leminski)

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quando eu vi você  tive uma idéia brilhante  foi como se eu olhasse  de dentro de um diamante  e meu olho ganhasse  mil faces num só instante  basta um instante  e você tem amor bastante ----------------------------------------------------- Paulo Leminski Filho foi um dos mais importantes escritores brasileiros. Nascido em Curitiba (1944) ele foi poeta, romancista e tradutor. Em 1964, publica seus primeiros poemas na revista Invenção, editada por poetas concretistas, daí a influência na forma dos seus poemas. Da estética concretista, também vemos uma síntese entre linguagem coloquial e o vigor da forma, Leminski não abandona as rimas, que são essenciais para a estrutura rítmica dos seus poemas, como é possível perceber no poema acima. Outros elementos presentes em sua poesia são a eliminação de pontuação e uso exclusivo de letras minúsculas. Referências: < http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2851/paulo-leminski> acessado em 01 mar 2015.

Sou um evadido (Fernando Pessoa)

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Sou um evadido. Logo que nasci  Fecharam-me em mim,  Ah, mas eu fugi.   Se a gente se cansa  Do mesmo lugar,  Do mesmo ser  Por que não se cansar?   Minha alma procura-me  Mas eu ando a monte,  Oxalá que ela  Nunca me encontre.   Ser um é cadeia,  Ser eu é não ser.  Viverei fugindo  Mas vivo a valer. ---------------------------------- Este poema, Pessoa faz uma reflexão filosófica: só é possível viver plenamente se libertando da carcaça do "eu". isso quer dizer que o ser nada mais é que uma prisão, e estar preso a esse ser imutável é o que impede o poeta de encontrar a verdadeira liberdade (" Do mesmo ser/  Por que não se cansar?"). Além disso, ele afirma " Ser um é cadeia,/  Ser eu é não ser", esse é seu argumento para buscar uma fuga dos limites do "eu", e nota-se que para ele, a própria tentativa de fugir de si mesmo já é sua grande conquista " Viverei fugindo/  Mas vivo a valer".

Entrega (Larissa Rocha)

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Para V. No teu abraço forte e quente Se dissipam todos os meus medos, Minhas lágrimas se fazem segredo Eu poderia viver assim eternamente... Fora do teu laço, sou menina, Que triste e desamparada, chora As perdas e mágoas de outrora, Mas nos teus braços minha dor termina. E como encontrei teu abraço, O melhor de toda minha vida! Agora me vejo aqui rendida Ao amor que achei no teu regaço (Larissa Rocha) Para mais poemas de minha autoria clique  aqui

Ballerina (Larissa Rocha)

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Olá pessoal!  2015 finalmente chegou no blog, gostaria de desejar um ótimo ano para todos e dizer que não abandonei o blog não, as postagens estão menos frequentes por causa da faculdade que tem tomado uma grande parte do meu tempo. O primeiro poema do ano é um poema meu em homenagem a todas as bailarinas, e em geral, a maravilhosa arte de dançar!  "Voar sempre, cansa -  por isso ela corre  em passo de dança"  (Eugénia Tabosa) Ela é um anjo na ponta dos pés Ela é um anjo, de asas fortes e elegantes, Com movimentos belos e graciosos Em cima do palco, ela tem olhos brilhantes. Ela é um anjo que pode dançar Tem o poder de encantar toda a gente Com seus saltos e piruetas, está quase a voar E nada nunca a fez tão contente! O vídeo a seguir é uma performance da minha bailarina preferida, Svetlana zakharova, vale a pena conferir:   Para mais poemas meus clique  aqui "Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma